Ontem
chegou minha nova aquisição: um netbook Acer Aspire One D250, com
tela de 10 polegadas (resolução de 1024 x 600). Antes de comprar,
havia pesquisado no Haikuware.com e descobri que a configuração dos Aspire costuma ser compatível com o Haiku, devendo apenas
no quesito webcam embutida, que não funciona mesmo no CodyCam. Como
a intenção de adquirir o equipamento era mais de testar o sistema e
poder desenvolver aplicativos diretamente nele, a webcam pode esperar
por um suporte no futuro.
A
princípio eu não sabia, mas o Aspire que comprei é remanufaturado,
o que explica o preço de R$ 429, muito barato para um equipamento
desse tipo. Mas isso veio a calhar pois, por ser um equipamento
relativamente antigo, o processador não possui suporte a 64 bits.
Como o desenvolvimento do Haiku 64 bits é recente, o melhor é
trabalhar na plataforma mais estável.
Outro
ponto positivo foi o fato de que, por ser remanufaturado, a garantia
é de apenas 90 dias, o que me autoriza a fazer as mudanças de
hardware que já pretendia: aumentar a memória de 1 para 2 Gb e o HD
de 160 para 500 Gb. Como eu já possuía essas expansões em casa,
graças a um netbook que estava indo para o saco, não precisei
gastar nada a mais.
Feito o
upgrade de hardware, começou a via crucis para instalar o sistema.
Para não me alongar muito em relação a isso, até porque existe
farta documentação sobre como instalar o Haiku em uma máquina
real, irei focar em alguns detalhes importantes, para que ninguém
perca tempo como eu, batendo a cabeça.
1) Seu
disco deverá estar com as partições pré-configuradas. Uma dica do
Nadilson que deu muito certo foi usar o Cfdisk do Linux para criar as
partições BeFS – opção EB em Types. Para isso utilizei o
GParted Live CD num pendrive bootável e abri o Cfdisk num Terminal.
No meu caso, criei uma partição de 50 Gb para o sistema e outra de
450 Gb para meus arquivos pessoais. O Haiku ainda não permite que a
pasta Home seja colocada numa partição separada do resto do
sistema. Por isso, conforme uma dica que encontrei num histórico do
IRC dos desenvolvedores do Haiku, criei a segunda pasta com um nome a
minha escolha que, na necessidade de uma atualização do sistema,
não será mexida.
2) Tentei
instalar o Haiku através de um pendrive multiboot feito através do
YUMI, com uma imagem .iso. Não funcionou. Só deu certo quando
instalei a versão anyboot utilizando o software Win32DiskImager,
recomendado pela própria equipe do Haiku para quem utiliza Windows.
Havia tentado também a criação do pendrive bootável com o comando
“dd” no Linux, mas não funcionou.
3) Por
algum motivo desconhecido, a imagem que baixei do Haiku (o anyboot do
Hrevr1-Alpha4-44610) não oferecia a opção de instalar ou rodar
como Live USB, passando direto para o modo Live. Com isso, não foi
possível escolher o idioma português do Brasil antes de instalar,
obrigando a alterar as configurações do Locale após a instalação.
Como se trata de uma versão para desenvolvedores, sempre é possível
acontecer surpresas como esta.
4) Ao
carregar, a Área de Trabalho apareceu em apenas ¼ da tela, ou seja,
o sistema não identifica automaticamente a resolução da tela. Mas
a configuração é rápida e simples através do Deskbar >
Preferências > Monitor. Como dito no início, a resolução ideal
é 1024 x 600.
5) Como a
imagem carregou diretamente em modo Live, a instalação teve que ser
feita manualmente através do Deskbar > Aplicativos >
Instalador. Mesmo tendo criado as partições anteriormente, foi
necessário utilizar o Configurador de Unidade (DriveSetup) para
inicializar as partições e definir no Instalador qual delas seria
usado pelo sistema principal.
6) Além
disso, como o Haiku é o sistema único do netbook, era preciso
instalar o Gerenciador de Inicialização (Boot Manager). Como eu não
sabia disso, acostumado com as distros Linux que fazem isso
automagicamente, passei quase um dia inteiro tentando fazer a coisa
funcionar, até que vi um artigo no site oficial tratando do assunto.
Para tanto, basta no Instalador clicar no menu Ferramentas >
Escrever setor de inicialização e seguir as orientações.
Geralmente as opções padrão atendem as necessidades.
Apesar
das dores de cabeça, é muito bom ver o sistema rodando redondo no
netbook. As respostas são rápidas e a aparência do sistema agrada
aos olhos. Irei fazer outros testes, como suporte a mesas
digitalizadoras, áudio e vídeo, assim que fizer a instalação dos
opcionais que preciso para desenvolvimento.
Abraços haicaístas!
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