quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Instalando o Haiku no Acer Aspire One D250


Ontem chegou minha nova aquisição: um netbook Acer Aspire One D250, com tela de 10 polegadas (resolução de 1024 x 600). Antes de comprar, havia pesquisado no Haikuware.com e descobri que a configuração dos Aspire costuma ser compatível com o Haiku, devendo apenas no quesito webcam embutida, que não funciona mesmo no CodyCam. Como a intenção de adquirir o equipamento era mais de testar o sistema e poder desenvolver aplicativos diretamente nele, a webcam pode esperar por um suporte no futuro.
A princípio eu não sabia, mas o Aspire que comprei é remanufaturado, o que explica o preço de R$ 429, muito barato para um equipamento desse tipo. Mas isso veio a calhar pois, por ser um equipamento relativamente antigo, o processador não possui suporte a 64 bits. Como o desenvolvimento do Haiku 64 bits é recente, o melhor é trabalhar na plataforma mais estável.
Outro ponto positivo foi o fato de que, por ser remanufaturado, a garantia é de apenas 90 dias, o que me autoriza a fazer as mudanças de hardware que já pretendia: aumentar a memória de 1 para 2 Gb e o HD de 160 para 500 Gb. Como eu já possuía essas expansões em casa, graças a um netbook que estava indo para o saco, não precisei gastar nada a mais.
Feito o upgrade de hardware, começou a via crucis para instalar o sistema. Para não me alongar muito em relação a isso, até porque existe farta documentação sobre como instalar o Haiku em uma máquina real, irei focar em alguns detalhes importantes, para que ninguém perca tempo como eu, batendo a cabeça.
1) Seu disco deverá estar com as partições pré-configuradas. Uma dica do Nadilson que deu muito certo foi usar o Cfdisk do Linux para criar as partições BeFS – opção EB em Types. Para isso utilizei o GParted Live CD num pendrive bootável e abri o Cfdisk num Terminal. No meu caso, criei uma partição de 50 Gb para o sistema e outra de 450 Gb para meus arquivos pessoais. O Haiku ainda não permite que a pasta Home seja colocada numa partição separada do resto do sistema. Por isso, conforme uma dica que encontrei num histórico do IRC dos desenvolvedores do Haiku, criei a segunda pasta com um nome a minha escolha que, na necessidade de uma atualização do sistema, não será mexida.
2) Tentei instalar o Haiku através de um pendrive multiboot feito através do YUMI, com uma imagem .iso. Não funcionou. Só deu certo quando instalei a versão anyboot utilizando o software Win32DiskImager, recomendado pela própria equipe do Haiku para quem utiliza Windows. Havia tentado também a criação do pendrive bootável com o comando “dd” no Linux, mas não funcionou.
3) Por algum motivo desconhecido, a imagem que baixei do Haiku (o anyboot do Hrevr1-Alpha4-44610) não oferecia a opção de instalar ou rodar como Live USB, passando direto para o modo Live. Com isso, não foi possível escolher o idioma português do Brasil antes de instalar, obrigando a alterar as configurações do Locale após a instalação. Como se trata de uma versão para desenvolvedores, sempre é possível acontecer surpresas como esta.
4) Ao carregar, a Área de Trabalho apareceu em apenas ¼ da tela, ou seja, o sistema não identifica automaticamente a resolução da tela. Mas a configuração é rápida e simples através do Deskbar > Preferências > Monitor. Como dito no início, a resolução ideal é 1024 x 600.
5) Como a imagem carregou diretamente em modo Live, a instalação teve que ser feita manualmente através do Deskbar > Aplicativos > Instalador. Mesmo tendo criado as partições anteriormente, foi necessário utilizar o Configurador de Unidade (DriveSetup) para inicializar as partições e definir no Instalador qual delas seria usado pelo sistema principal.
6) Além disso, como o Haiku é o sistema único do netbook, era preciso instalar o Gerenciador de Inicialização (Boot Manager). Como eu não sabia disso, acostumado com as distros Linux que fazem isso automagicamente, passei quase um dia inteiro tentando fazer a coisa funcionar, até que vi um artigo no site oficial tratando do assunto. Para tanto, basta no Instalador clicar no menu Ferramentas > Escrever setor de inicialização e seguir as orientações. Geralmente as opções padrão atendem as necessidades.
Apesar das dores de cabeça, é muito bom ver o sistema rodando redondo no netbook. As respostas são rápidas e a aparência do sistema agrada aos olhos. Irei fazer outros testes, como suporte a mesas digitalizadoras, áudio e vídeo, assim que fizer a instalação dos opcionais que preciso para desenvolvimento.
Abraços haicaístas!

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